Na sexta...
Vi-te chorar, quis tocar-te e acalmar-te.
Não te preocupes, eu estou bem.
Gostava que me entendesses sem que o sal caísse dos teus olhos.
Sabes que estou mais calmo. Depois de sexta-feira tudo fica diferente, começo a ver as coisas de maneira diferente.
Vejo mais de cima, mas não estou numa posição superior. Não fiquei melhor do que os outros. Se me sentia diferente antes, agora sinto-me igual a todos os outros que vieram como eu.
Vagueias pela rua como se eu não estivesse contigo. Sabes que te acompanho para onde vais.
Dizem que a distância apaga muitas coisas e que esmorece outras. Contudo, age como se eu te tocasse a todo o momento, já estarei sempre contigo.
Olho-te nos olhos e parece que tu vês o infinito. Trespassas-me com o olhar vendo a linha do horizonte que repousa nas minhas costas.
Depois de sexta tudo é diferente, porque morri… na sexta.
Até sempre…
Do infinito.