18 janeiro 2008

Fragmentos

Eu e a minha vontade… apaixonados por ti.
Dia de Outono, a caminhar na língua da maré, passei por ti. Sorriste-me.
Quis olhar-te de novo mas continuei em frente, tremendo de calor.
Queria que a minha vontade controlasse os meus olhos, mas a razão dominou as ordens. Há partes do meu corpo que só vejo com a alma. Outras, vejo-as com os meus olhos. Como serão os meus olhos?
A minha vontade, por exemplo, virou-se, largou-me e seguiu-te.
Largos passos mais à frente, sentei-me na areia fria.
Tive ciúmes da minha vontade. Mandei que os meus olhos se lavassem de raiva.
Por esta altura, a minha vontade já te beijou. Já sentiu os teus lábios.
A minha vontade já está, por agora, mais feliz que o meu corpo… sentado nesta areia fria.
Ainda pensei… trocar o meu corpo com a vontade e roubar-lhe o beijo que lhe deste.
Mas a vontade é mais forte que o corpo. Então proverei o meu corpo de vontade, levantar-me-ei deste frio para te buscar. Seguirei as pegadas que desenhaste.
E, quando te alcançar,
Perguntarei à tua vontade
Se, tua boca, posso beijar…

Um comentário:

Dora Pinto disse...

"Segue o que sentes"