26 julho 2007

Olhar ao espelho

Nove de manhã, abro a janela do quarto que me dá a vista para um horizonte verde de um campo infinito.
Fico a contemplar o cheiro que entra pelo quarto – cheiro a primavera. Estou só numa imensidão de luz, o sol…
Olho para o espelho e vejo a imagem de alguém que quer saber mais, não quero ser melhor do que alguém… quero ser melhor do que aquilo que sou hoje.
Há coisas a corrigir nesse olhar expressivo… o que transmite o olhar que vejo no espelho? Por vezes nem eu, deste lado, consigo ver o que significa a expressão que sai da íris profunda…
Onde pode chegar a persistência da pessoa que está do outro lado do espelho e que afinal sou eu?
Óscar Wilde disse – Sou tão complicado que, por vezes, nem eu me entendo…
Tenho um espírito barroco, cheio de ornamentos… no entanto, gosto de simplicidade, gosto de minimalismo, gosto da perfeição…
A perfeição não existe mas o indivíduo do outro lado do espelho teima em querer atingi-la.
A persistência permitirá chegar mais longe com certeza, mas devo cuidar nos caminhos que percorro para chegar ao outro lado do espelho… há uma membrana muito fina que separa o longe do perto…

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