28 setembro 2007

Coisas simples

Gosto de passear pela areia com os pés descalços, ouvir o bater das ondas, sentir o frio salgado que me toca na pele...
Gosto de sentir a simplicidade com que se arranca um sorriso a uma criança.
Gosto da vida de um pastor que consegue ler um livro na calma pastagem das suas ovelhas...
Gosto de todos os pormenores do teu olhar...
Gosto da maneira como tocas levemente as minhas mãos...
Incompreensivelmente, gosto da maneira subtil como mudas de conversa assim que mostro que gosto de ti...
Gosto de coisas simples, gosto de pessoas simples, gosto de...
TI...

23 setembro 2007

Mundo heterogéneo

O vidro deixa transparecer uma rua com árvores a todo o seu comprimento. Por entre elas, um esquiço de azul do céu. Lá fora o ar livre do vento que sopra de norte. É um ambiente fresco mas o sol aquece-o.
Por detrás do mesmo vidro, um barulho do ar condicionado que conserva o ambiente e que me vou habituando.
Pessoas sentadas, mergulhadas em mundos diferentes: actualidade nos jornais que mais tarde vai ser a história que os nossos netos vão estudar; estudos (semi) científicos dos mais variados assuntos; leituras de prazer dos volumes clássicos das sociedades russas do início do século XIX (e, simultaneamente, tão actuais) que alimentam tanto as mentes mais experientes como as mais frescas, as leituras leves dos novos executores de páginas e operários da escrita, o consumo técnico dos escritos de método que aquecem os neurónios académicos.
Há os tecnólogos que se fazem acompanhar pela mala com o portátil. Têm mais cuidado com o portátil do que consigo próprios. As suas carreiras estão a começar no disco rígido do computador e os relatórios, os trabalhos, as pesquisas, são reunidas em ficheiros como de um diário digital se tratasse.
Quantas mentes brilhantes dentro desta casa. Mas quantas delas terão oportunidade de brilhar realmente?
Outros há que o seu mundo se reduz a um leitor de mp3 e que os faz oscilar as cabeças mais parecendo aqueles bonecos de caco que os camionistas trazem no tabelier. Estão à espera de “ir à net sacar mais umas músicas” ou de procurar umas cenas para um trabalho que o prof mandou fazer. Comentam com um amigo sentado no sofá do lado: “Ouve-me este som!!! Bué de curtido!!!
O amigo levanta o sobrolho como que a dizer ironicamente “é fixe”… e volta a mergulhar-se na revista em que está a bike dos seus sonhos.
Depois há os cinéfilos (ou clientes de imagens em movimento) – os de blockbusters ou os de cinema de autor. Os primeiros procuram as estreias e o mundo hollywoodesco que os ocupa em tempo de ócio e das tardes/noites vazias. Os segundos, procuram os clássicos e os grandes filmes em que Bergman é mestre – referência das escolas de cinema. Lêem atentamente a sinopse de cada filme, com especial olhar para os directores de fotografia, os produtores, os actores, os argumentistas, etc.
Há os habitués – que sabem como funciona a casa do conhecimento, cada canto, cada movimento, onde se guardam os números das revistas mais antigas.
Há os curiosos – que olham para tudo com olhar de descoberta, há os que acompanham os filhos nos primeiros trabalhos da escola que agora começa e que se preocupam mais do que aqueles para que encontrem o que procuram.
Há os pais extremosos que levam os meninos, desde cedo, à companhia dos livros, do ambiente do conhecimento e do saber. Contam-lhes histórias, mostram-lhes os livros, etc.
Há os investigadores e autodidactas que procuram tudo, por curiosidade, por necessidade, simplesmente por vontade de aprender. Querem saber mais da terra onde nasceram, dos costumes dos seus antepassados, do nome da rua onde nasceram seus avós.
As mostras que patenteiam no amplo espaço desta casa trazem outros personagens: os autores que se dão a conhecer na sua forma de arte e os novos amigos, os que nos querem conhecer (naquilo que somos e que damos a conhecer).
Que mundo tão diferente: de necessidades, de procura, de ocupação de tempo, de busca do saber e, ao mesmo tempo, tão igual. Todos estão na mesma casa, todos estão imbuídos num mundo tão seu…
Tudo nesta casa: letras, sons, imagens… sentidos despertos, porta aberta ao conhecimento…

11 setembro 2007

Desapareceu!!!

E se, num belo dia de Verão, chegasse ao local de trabalho e o tivessem levado? Literalmente!!!
Se tivessem fugido com o escritório?
Levaram a sua secretária! Tudo bem, devem trocar por uma nova. Tiraram-lhe o seu computador – deve ser para o reparar.
Mas se lhe levassem as paredes do escritório? O que fazer?
Imagine chegar a casa depois de um dia de trabalho e estar a pensar colocar o carro na garagem, descer os estores, tomar uma bebida fresca na varanda da cozinha, ver o pôr-do-sol ao som de um jazz bem interpretado e quando chega à sua rua não encontra a sua casa!!!
Roubaram o carro? Pois, até era um carro bom. Suscitava olhares dos amigos do alheio e até é fácil levar um carro (ele anda).
Levaram-lhe a carteira de cima da mesa do café? Pois, numa distracção um estranho que passou, teve a ousadia de o levar e até nem conseguimos lembrar-nos da fisionomia dele.
Mas, e se levassem o lugar do estacionamento ou se levassem todo o café? Já pensou querer tomar um café no sítio do costume e terem levado tudo.
Como se tivessem pegado no café, lhe tivessem colocado sobre rodas e o tivessem mudado de lugar?
Se isto acontecesse, o que fazer?
Quem o levou?
Estamos habituados a ouvir falar de desaparecimentos de diversas coisas. Carros, roupas, adereços até mesmo pessoas (até parece moda). Tudo coisas móveis, coisas que com maior ou menor esforço, mudam de lugar.
Mas imóveis?
Pois bem, hoje aconteceu-me.
Cheguei ao meu local de trabalho e tinham levado tudo. Paredes e o seu recheio!!!
Sem mais, levaram tudo.
Fiquei órfão do meu trabalho.

08 setembro 2007

A crueldade dos mais novos

Há uma inocência que protege tudo o que as crianças dizem. Seja a adultos ou a outras crianças, tudo o que dizem é sempre sem a mais pequena partícula de maldade mas, por vezes, pode ser tão cruel ao ponto de fazer pensar muito os mais inteligentes adultos.
Quando eles começam a crescer, queremos que saibam tudo. Perguntam todos os “porquês” querem saber por que razão hoje vestimos verde ou amarelo. Porque razão a fruta é boa. Por que têm sempre de comer a sopa antes do bife e das batatas fritas que tanto adoram.
Depois começam por escolher a roupa.
Não querem aquela camisola castanha, porque não! Não gostam daqueles calções, porque não! Querem aquelas sapatilhas, porque sim!
Enfim, “santa paciência” – proferem os mais calmos progenitores.
Depois, há os comentários que começam a fazer. Quando dois adultos conversam das mais diversas coisas, as crianças podem estar o mais distraídas possível, podem estar a brincar com o carrinho ou a boneca quer mais adoram mas, de repente, ouviram a conversa toda e são capazes de a relatar, tim-tim por tim-tim, no meio de um grupo de amigos dos seus pais. Quanta crueldade!!!
“O pai abraçou a mãe na cozinha” – aceita-se, mas se for: “o pai pediu á mãe para tomar banho com ela e ela disse para ele ter juízo…”, já começa a envergonhar. Mas há os piores...
Ou então quando os seus pais têm um comentário mais provocador ou uma atitude mais adulta como um amasso no corredor ou um carinho na sala, os mais novos contam com a maior das naturalidades tudo o que se passou.
Mas depois, há as questões sérias que os mais novos não são capazes de conter. Se vêem alguém sem cabelo, mesmo que se trate de alguém muito doente:
- Olha o careca!

Estão os pais no pediatra a contar como o menino é bem comportado. O menino solta um barulho e o pai tenta fazer de conta que não foi nada até que o menino se ri e diz tocando no pai:
- Dei um “pum”.
O pai tenta ignorar mas começa a ficar corado.
Mais uma vez e mais alto:
- Pai, dei um “pum”… eh, eh, eh…
O que fazer?

Os pais estão no Shopping no final de uma semana de trabalho. Levam os mais novos para aquele espaço para que eles vejam coisas diferentes e se distraiam. Primeiro, querem fazer chichi, depois, têm sede, depois, têm fome. Querem isto e aquilo. Começa a aventura.
Vão comer a uma pizzaria para que eles gostem. Pedem uma pizza familiar mas, antes disso, duas sopas.
Beicinho, choro, grito.
“Eu não quero sopaaaaaaaaa…”
Os pais, fazem um sorriso amarelo, incomodados com tal “berreiro” e tentam falar com eles entre os dentes mostrando-lhes que não podem gritar e que os meninos que gritam são feios ou que vem o homem mau buscá-los.
Chega a sopa, berreiro maior do mais velho.
O mais novo come a sua com a maior da rapidez (ainda não sabe o que é pizza).
O outro, que já se apercebeu que vem a pizza, faz uma birra descomunal.
Será que os pais merecem esta crueldade dos seus filhos depois de tanto esforço e de uma semana de trabalho?

A tia vem da aldeia para ver o menino.
A meio do jantar, o menino começa com as travessuras do costume (caretas, fitas, brincadeira com o arroz). A tia belisca-o por debaixo da mesa para que este pare com a brincadeira. A seguir, o comentário:
- Mãe, a tia beliscou-me!!!
A tia fica corada.

Maldade, inocência, traquinice, enfim, características intrínsecas a gente de palmo e meio.

07 setembro 2007

sentinela maltês

(c) hj 2006

A viagem que nunca fiz III

Consigo sentir a tua pele, consigo sentir o teu respirar… até onde iremos? Para onde nos leva este percurso? Que viagem estamos a fazer?
Não quero saber, quero somente poder gozar esta viagem contigo.
Perdemo-nos por entre os caminhos cruzados dos nossos gestos. Estou a sentir-te perto de mim, quase juntos… os dois corpos formam um só, numa fusão de desejo, sentimento, vontade, impulso…
Seguras o leme como que conduzindo tudo…
Estamos defronte para o mar, estamos com todo o caminho pela frente, estamos sem destino traçado.
Por vezes penso se estarei a sonhar ou somente a escrever algo que desejo e não a viver esta viagem realmente.
Vivo cada momento sempre a pensar no próximo que termos juntos.
Envolvemo-nos nos teus lençóis. Estou a arder de vontade de te ter. Tu deixaste levar.
Passaram duas horas de intenso prazer, de temperaturas extremas, de abraços envoltos um no outro.
Caiu cada um para seu lado.
Que vontade, que prazer, que satisfação…
Melhor, que desejo realizado…
Cheguei a um porto… por este teu mar naveguei. A início tive medo de me meter ao caminho, tive medo de te contar os meus desejos e sentimentos por ti. Tive receio de me sentir rejeitado ou de te afastar…
O teu domínio sobre as coisas a tua capacidade de liderar as situações e a minha vontade de ser liderado por ti, a minha admiração pelo teu ser, pela tua vontade, por tudo aquilo que és fez o resto e deixou-me ter um pensamento sempre ligado a ti.
Posso dizer que viajei?
Posso pensar que algum dia me acompanharás numa viagem como esta?
Posso legitimar a vontade que tenho de te ter?
A viagem que nunca fiz mas da qual tenho um guia dos locais a visitar…
Quero viajar contigo…
Fim

06 setembro 2007

sangue que me corre nas veias...

(c) hj 2007

Acordei irado…

Enquanto olhava o infinito, veio um pensamento ter comigo sobre as coisas que me irritam e que, se pensarmos um pouco, podem irritar alguém (como eu…)
É muito chato pensar que vamos comprar uma carteira, em pele para durar mais tempo - dizemos nós - e, por mais compactas que as procuremos, temos sempre de comprar um “calhamaço” enorme pois o nosso BI é tão grande que parece um cartaz de supermercado a fazer promoção a um vinho qualquer.
A forma como nos vestimos é algo que me irrita um pouco. Porquê insistimos em vestir uma roupa melhor ao Domingo, só porque é Domingo. Eu que até sou religioso, tento manter algum respeito com essas coisas da religiosidade. Não o faço por subserviência à Igreja instituição, conservadora nos seus píncaros. A "Instituição" que apregoa a não-ligação aos bens materiais mas que detém acções da FIAT e da Ferrari, mais a Danone, que tem os corredores do Vaticano rodeados de riqueza e ostentação dos bens materiais. (Sim, ainda sou Cristão, porque acredito em Deus). Irrita-me vestir a melhor roupa para a missa não por respeito mas para mostrar no adro à saída como se fazia antigamente na aldeia.
Irrita-me a mania de chamar os empregados de mesa de “Faxabor” (!!!) Os empregados de mesa têm nome.
Concordo que não sabemos os nomes deles mas e se esperarmos que olhem para nós ou em vez de gritar um “faxabor” no meio de uma esplanada nos levantarmos e formos pedir o que queremos. Eles são funcionários do café ou restaurante, não são nossos escravos.
Irrita-me a maneira como as pessoas não cumprimentam à entrada de um estabelecimento. Entram mudas e saem caladas, excepto se empregado ou empregada (jeitosa) nos olhar simpaticamente e nos disser “Boa Tarde”. Então aqui já se olha com ar de graça de até sorri. Mesmo aqui há o outro lado da moeda. Irrita-me a perseguição que alguns empregados de loja nos fazem para saberem se queremos algo, se queremos o número acima ou abaixo da camisola que fomos experimentar, se pretendemos mais cores só porque estamos a experimentar uma amarela… (sabem lá do que gosto).
Irrita-me a forma como se rotulam as pessoas pela roupa que vestem ou pela profissão que têm. Se são funcionários públicos: não fazem nada e estão cheios de regalias. Estarão assim tanto? Então também quero ser – pensam todos os críticos. Se são cantoneiros ou “Homens do Lixo”: ou têm apelido Almeida ou são sujos. Já pensaram que Silva é o nome mais português e não Almeida? E se eles trabalham a limpar é porque privam a higiene e não a sujidade.
Por falar em sujidade, irrita-me que ainda se atirem papéis para o chão quando há uma infinidade de papeleiras espalhadas pelas cidades, algumas até são biblot’s das praças e das ruas.
Irrita-me que ainda não se faça reciclagem e que as pessoas que se queixem dizendo que não reciclam porque já pagam muita taxa de salubridade. Já pensaram que pagam muito porque ainda é preciso que se pague a muita gente para fazer o trabalho que eles deviam fazer em casa num simples gesto?
Irrita-me a ignorância. Não dos que a têm (pois também a tenho nalgumas matérias, e não são poucas) mas daqueles que a querem continuar a ter.
Irrita-me a falta de civismo que há nas estradas: estão dois carros a aproximar-se da rotunda e é ver qual deles acelera mais para chegar primeiro que o outro. “Assim tenho prioridade”.
Porquê chegar primeiro? Já pensaram que se alguém for em primeiro e cometer um erro, nós podemos não o cometer de seguida?
Irrita-me a moda. Se este ano se veste castanho, eu tenho de vestir castanho, se se usa rosa eu tenho de vestir rosa. Não tenho nada contra as cores mas só vestirei rosa quando me apetecer e não quando for moda, mesmo que o meu clube tenha optado por uma indumentária revolucionária que não é mais do que uma estratégia de marketing.
Irrita-me a mania de pensar que conseguimos arranjar uma TV se a abrirmos. Primeiro, não nos compete. Segundo, podemos destruí-la de vez. Terceiro, não somos técnicos de audiovisual e não percebemos nada daquilo.
Irrita-me a mania de ter um telemóvel diferente todos os anos,... qualquer dia nem fazem chamadas.
Irritam-me os lights das bebidas sem calorias e carregadas de açúcar e dos iogurtes 0% gordura…
Irrita-me a mania de não ler avisos nem livros de instruções. Primeiro carrega-se em todos os botões e depois, quando virmos que não funciona, então vamos pegar no livro de instruções para sabermos onde fica o botão On/Off.
Irrita-me a mania de “receitarmos” o nosso médico aos nossos amigos pois ele é o melhor e não temos nada a dizer dele. Ele que até nos curou da maleita que nos apoquentava há anos e ainda ninguém tinha descoberto. Alguém vai dizer mal do médico que ainda nos assiste?
Pois bem, talvez nada disto me tivesse passado pela cabeça se eu hoje não tivesse acordado... irado.

04 setembro 2007

O saber

Era uma vez um homem sábio, muito sábio.
Tinha viajado por quase todo o mundo, era culto em diversas áreas, conhecia a música, o cinema, a literatura, a escultura, a pintura, a arquitectura, enfim, todas as formas de arte.
Numa das suas viagens de exploração do conhecimento foi visitar um Templo Budista. Entrou e acho que nada lhe trazia de especial. Cultura minimalista, paredes vazias de ornamentos, poucos paramentos e silêncio, muito silêncio.
Como sábio que era, sabia que não é à primeira impressão que se conhece algo. É preciso perceber o porquê das coisas, é preciso compreender o significado de cada símbolo, signo e/ou forma mesmo que de vazio se trate. É preciso entender que lugar ocupa o vácuo.
Esteve horas a contemplar o que o rodeava. Ora de pé, ora sentado. Deitou-se e começou a admirar o som daquele Templo.
Quase um dia passado e aproximou-se dele um Monge Budista que, depois de saber o propósito de tal visita, explicou minuciosamente cada pormenor do edifício. Mais umas horas de explicação e mais algumas coisas foram assimiladas pelo homem sábio.
O monge budista deixou-o de novo a sós com aquele silêncio de um Templo imperial.
As coisas começavam a fazer sentido na lógica de raciocínios do homem. Cada vez que se fazia luz de mais um pormenor entendido, aos olhos dele, acenava ligeiramente a cabeça em sinal afirmativo.
Perto do pôr-do-sol aproxima-se do sábio um ancião do Templo, o mais antigo Monge daquele local, que proferiu a seguinte pergunta:
“- Então, o que acha deste Templo?”
O homem sábio,, honestamente responde:
“- Sinceramente, quando entrei, achei que este templo não me trazia nada de novo, já viajei muito por esse mundo fora e já visitei Templos, Mesquitas, Igrejas, Palácios, Monumentos, etc. Com tudo o que já vi, a princípio, não fiquei fascinado mas agora acho que começo a perceber o Templo, a perceber o significado dos pormenores e da simplicidade, deste vazio tão cheio de significado.”
Serenamente, o Monge olha para o infinito e diz sorrindo:
“- Fico agradado com tal conclusão. Estou aqui há mais de quarenta anos, todos os dias tento perceber este Templo, e hoje, ainda não o entendi…”
Afastando-se em passo lento, deixa no ar a dúvida maior…

Por vezes, pensamos entender as coisas, afinal não as compreendemos.

02 setembro 2007

Quem são estes seres?



Vidas tão vazias, vidas cheias de nada…
Vidas sem tarefas…
Uns não “vêem”, outros quase não são vistos, uns são grandes, outros pequenos…
Alguns originam seres maravilhosos, outros nunca o serão. Vidas sem rumo mas em constante mutação.
Uns defendem o património (que seres importantes os que guardam os livros), outros destroem-no…
Uns procuram o cheiro, outros a luz…
Há uns que engendram armadilhas para que outros caiam, há os que nelas caem e não saem mais delas, outros há que as evitam.
Uns alimentam-se das fraquezas dos outros ou dos restos dos seres maiores…
Vivem onde as condições lhes permitem, vivem onde lhes deixam…
Parasitas da sociedade!!!
Que vida fútil a dos insectos…