03 agosto 2007

Chão quente...

Terra que pisas, caminho que quero seguir… em busca das tuas pegadas, sigo cada aroma que deixas para trás. Areia que evapora ondas de calor. Segues a até a língua da maré… procuras a frescura das ondas do mar…
Eu estou de longe a ver-te, a querer ser onda para te poder abraçar, a querer morar na tua pele, nem que seja por breves instantes...
O calor e o sol estão para nós como toda a conjuntura que nos tem separado.
Queria ser praia para, em mim, te despojares de inibições… Por vezes, fico com a sensação que sou eu que guardo conservadoramente a inibição para que continues a banhar-te no meu mar.
Queria que fosse sempre Verão, queria ter sempre a oportunidade de te ter em mim…
Calor, descontracção, frescura, calma… o que procuras quando vens até mim?…
Por onde andas quando só sinto o teu cheiro?
Onde te encontro quando só ouço a tua voz?
Como posso dar-te mais de mim?
Será que me sentes quando lanço a maresia no ar? Onde buscas a frescura quando não temos contacto?
Quero dar-te a cor que buscamos no Verão…
Vem pisar o meu chão.

Um comentário:

Dora Pinto disse...

"Há momentos flagrantes
Em que o tempo é eterno
Há vestígios do Verão
Que o Outono não pode apagar
Há encontros que ficam
Na nossa memória
Onde a luz é difusa
Onde a vida e a morte não se querem separar"

Jorge Palma