12 setembro 2008

Capítulo XI - O beijo

Depois de um dia sem falarem, Rodrigo comenta com os Senhores da sua partida e das suas ambições.
- É o que sempre quis. Quero tirar um curso, quero ser livre e voar. Quero sair de lá formado. Agora não há guerra e daqui por uns tempos estarei de volta para lhe agradecer tudo o que fizeram por mim.
D. Joaquim, orgulhoso de quem tinha ajudado a criar, deseja-lhe boa sorte. D. Teresa abre-lhe a porta para sempre que quiser voltar.
Na manhã das despedidas, Rodrigo toma o pequeno-almoço com Marília sentada à mesa – coisa rara.
No final do pequeno-almoço, com a sua mochila à porta da cozinha, despede-se dos Senhores, dos empregados e também amigos da quinta, da velhinha Dolores que tinha sido convidada para se despedir de Rodrigo.
Era um filho de quem todos gostavam que agora partia.
Não ia para a guerra mas iria deixá-los por alguns tempos e as saudades já apertavam.
Luciana deixou-se ficar para último e quando todos esperavam ver a despedida dos jovens, ela profere:
“Eu vou contigo até à estrada”.
Descem o jardim, passam o lago e Luciana dá a mão a Rodrigo.
Sem olharem um no outro, continuam até à estrada. Caminham juntos em silêncio sem que algum deles interrompesse o silêncio dos seus passos a pisarem as folhas caídas das árvores…
Eis que Rodrigo se enche de coragem e:
- Nem sabes o que me custa abraçar um sonho deixando outro por realizar.
Luciana acalma-o:
- Esperarei por ti.
E…

Solta-se O beijo…


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