Era uma vez um homem…
A vida corria-lhe mal. Não tinha casa, não tinha mais do que a roupa do corpo. Não via o fundo do prato no final de uma refeição porque, nem o prato nem a refeição faziam parte dos seus hábitos. Comia o que lhe davam ou o que conseguia encontrar quando os senhores chiques saíam das esplanadas.
Não pedia porque tinha vergonha. Simplesmente vagueava por entre as imensas esplanadas junto à praia.
O seu leito era um vão de escada por detrás de um restaurante.
Tinha um ritual: todos os dias ia até à escarpa junto do farol para pôr fim à vida.
Todos os dias, dizia para si:
“Hoje não é um bom dia, mas amanhã, termino este martírio.”
No dia seguinte era a mesma coisa…
Uma escarpa com cinquenta metros seria um fim rápido mas faltava-lhe coragem para o passo final.
Assim foi durante anos, até que, um dia, partiu decidido. O sol estava quase entre lençóis quando o homem se aproximou da escarpa. Hoje poria fim ao martírio que, para ele, era a vida.
…
O mar tinha subido, já não havia escarpa, o homem não morreu…
Não pedia porque tinha vergonha. Simplesmente vagueava por entre as imensas esplanadas junto à praia.
O seu leito era um vão de escada por detrás de um restaurante.
Tinha um ritual: todos os dias ia até à escarpa junto do farol para pôr fim à vida.
Todos os dias, dizia para si:
“Hoje não é um bom dia, mas amanhã, termino este martírio.”
No dia seguinte era a mesma coisa…
Uma escarpa com cinquenta metros seria um fim rápido mas faltava-lhe coragem para o passo final.
Assim foi durante anos, até que, um dia, partiu decidido. O sol estava quase entre lençóis quando o homem se aproximou da escarpa. Hoje poria fim ao martírio que, para ele, era a vida.
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O mar tinha subido, já não havia escarpa, o homem não morreu…
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