11 junho 2007

Barulho da luz


Barulho da luz…
Porque não cheiro da cor? Ou sabor da água? Tanta coisa podia ser, mas não teria nexo. Mas a luz tem barulho… sim, pode ter. Se prestarmos atenção ouvimos os filamentos por onde passa a luz a emitirem sons, pequenos ruídos que nos fazem perceber que afinal aquilo que nos parece que não tem certas propriedades, até as pode ter…
Por vezes não acreditamos em nós, por vezes são os outros que não acreditam que somos capazes. Então temos duas opções, quanto a mim: mostrarmos a nós mesmos que somos capazes ou mostrarmos aos outros que conseguimos. Prefiro a primeira. Se me apetece ouvir o barulho da luz, então não tenho que provar que o ouço… Ouço-o e pronto. Vou acreditar em mim… Sou o que sou…
Podia também desconfiar que a cor não tem cheiro mas afinal tem… O céu está cinzento, o dia também… existe um cheiro no ar. O cheiro a cinzento. Estamos num campo de rosas vermelhas ou estamos num campo de rosas amarelas. Existem cheiros diferentes… num, o cheiro da paixão. O vermelho cheira a paixão. No outro, o cheiro de alegria…
Afinal a cor tem cheiro…
E a água? Tem sabor?
Claro que sim… porque dizemos que a água sabe bem… será da temperatura. Estamos num dia quente, um copo de água fresca sabe bem… Então, ou a água tem sabor ou é a temperatura que o tem.
Será que nestas linhas provei algo a mim próprio? Ou será que o provei a outro alguém… A mim não preciso de provar, eu acredito em mim… Aos outros… que posso eu fazer?
Vivo por mim e não por outro alguém. Tenho a minha vida, o meu tempo, o meu cheiro, a minha cor, o meu sabor… Também tenho a minha luz e, por vezes, faço barulho com o silêncio das linhas que escrevo…

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