23 junho 2007

Silêncio... ruído ensurdecedor

Quando é sentido o vibrar do silêncio, é ensurdecedor o que passa por mim...
Que estranha forma de expressar algo sem som... pois é.
Podia falar da cor mas seria difícil porque também podia dizer que a cor não existe. São só os fragmentos de luz que se reflectem nos objectos. Então o branco serão a mistura de todos os tipos de reflexos e o negro será a ausência de luz.
Que confuso o meu pensamento, será?
Será, talvez a visão mais céptica daquilo que vejo.
Os pólos. Porquê chamar pólos ao Árctico e à Antártida? Se pólos são extremidades e o mundo é oval, porquê chamar pólos?
Com tantas contradições, podia também escrever sobre a paixão.
Porque será que utilizamos esta frase quando sentimos algo de muito forte e bom por outro alguém, quando, na realidade, esta palavra significa sofrimento. Mas afinal, estar apaixonado é mau? E o outro alguém, far-nos-á mal?
Posso falar por mim: não acho que seja assim tão mau estar apaixonado. E o outro alguém a que me refiro neste momento, também não me faz mal. Pelo menos continua a deixar-me sonhar. Com o quê? Nem eu sei. Mas não me incomoda. Não, nem um pouco. Não posso, não devo, nem quero cobrar nada que nunca me foi prometido nem nada que nunca esperei.
Se alguma vez pensei em algo de bom... Sim, pensei e não o posso esconder. Mas o tempo passa, crescemos. Quando temos 12, 13, 14 anos, parece que o mundo acaba se não ficamos com quem queremos. Ainda sonhamos em mudar o mundo. Pensamos que somos iguais aqueles heróis que fazem história e vivem na morada dos imortais. Depois começamos a crescer e a ver o mundo num nível de metro e oitenta (para quem tem essa altura). Não vemos o mundo de cima mas vemos mais coisas.
Se temos um carro baixo, podemos andar muito porque ele é aerodinâmico e tem velocidade característica dos baixinhos, mas se tivermos um carro mais alto, conseguimos ver o carro que vai à frente daquele que vai à nossa frente. Então já somos mais cautelosos e abrandamos quando o somos terceiros e o primeiro abranda, porquê? Porque já o vemos. Começamos a estar mais atentos. Apesar de sabermos conduzir, é melhor abrandar num cruzamento - um louco pode vir distraído.
Depois temos mais responsabilidades e se queremos fugir nos primeiros erros, depois percebemos (os que percebem) que não somos grandes se temos um metro e oitenta ou se temos um carr(g)o alto ou ainda se achamos que não erramos.
Então vem alguém que até pode nem saber ler nem escrever e diz: "Um (Homem) grande não é aquele que não erra, mas antes aquele que assume os seus erros"...
Começamos a ter outra visão. Porque será que depois disto eu posso pensar que aprendemos a "dominar" alguns sentimentos.
Estaremos mais frios?
Porquê se o planeta aquece à velocidade de dois graus por ano?
Porquê, se os "pólos" gelados de um mundo sem extremos, se derretem como um cubo (de duas moléculas de hidrogénio com uma de oxigénio) em cima de um fogão?
Não seremos mesmo mais frios, quando crescemos?
Será que já conseguimos perceber as distâncias que nos separam?
Será que temos receio de não dominarmos por completo aquilo que nos parece dominado pela nossa "frieza"?
Então eu pergunto. Existe frieza? Ou é só a ausência de calor?...

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