30 junho 2007

Noite… mistérios da lua.

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A noite é a altura em que as pessoas se transformam.
Na noite há um tirar de máscara em que quase tudo é permitido…
De dia trabalhamos dentro de uma capa, de um estatuto. À noite, saímos da cápsula que nos abriga dos olhares. Os olhares da noite são permitidos. De noite podemos conhecer alguém com um olhar. De dia, se olhamos para alguém na rua, parece pretensioso. Na noite as coisas acontecem a uma velocidade cruzeiro.
De dia a luz permite ver demasiado, à noite conseguimos ver aquilo que queremos.
A noite tem uma duração imprevisível. Pode acabar no início, pode acabar a meia temperatura, pode acabar quente, pode também acabar ao primeiro raio da aurora. Mas a noite também pode ser o começo de algo.
Quando alguém sai para a noite, sai para passar um bom bocado, mas nem sabe o que lhe espera. Durante o dia, saímos de casa sempre com os mesmos objectivos. De dia usamos relógio, à noite é um acessório de moda.
O relógio do dia controla a vida. A noite controla os relógios da vida.
Se dormimos bem – bom dia.
Se dormimos mal – mau dia.
Se passamos uma noite – bom dia, boa noite.

Se por um lado, tiramos a capa do estatuto que temos (ou não), por outro, temos a lua que nos deixa ver ou mostrar aquilo que queremos, pois na noite as pessoas são diferentes. Na noite as pessoas são reais.
Não é no trabalho que conhecemos as pessoas, não é na rua, não é nos transportes… Conhecemos alguém… sem rosto, sem lua, sem máscara… na noite…
Durante a noite os olhos brilham o que não durante o dia.
Conhecemos bem a noite? Pensamos que a dominamos… ela domina-nos de uma forma subtil.
Deixamo-nos levar pela noite… dentro ou fora… quem escolhe?
A lua aclara os traços reais de uma face, mas esconde as máscaras do dia a dia.
A noite, conselheira dos maus dias… Ombro de descanso.
A noite, carregador de baterias… Poço de energias…
Noite, lugar das loucuras. Noite, lugar de várias temperaturas…

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