12 junho 2007

Eu... livro...

Por vezes sinto-me um livro…
Quando penso naquilo que sou, penso que sou um livro…
Por vezes com histórias. Por vezes passo sentimentos, por vezes faço as pessoas ter vontade de me conhecer, mas reconheço… tenho um título pouco sugestivo. A minha capa até nem aparenta o conteúdo de uma história interessante, mas também sei, sem falsas modéstias, que as linhas que contam a minha história são linhas sentidas…
Há traços ligeiramente desalinhados… mas são os meus.
Que história conto eu? Mistério, alegria ou tristeza. De uma coisa estou certo, conto uma história real. No meio dos outros livros que me rodeiam nesta biblioteca da vida, encontro livros de todos os tipos. Livros com histórias bem engraçadas que não aparentam pela capa que possuem, outros têm uma capa bonita, têm ornamentos nas lombadas e até uma página de rosto engraçada que suscita curiosidade mas… e depois… pouco, muito pouco.
Depois há os difíceis… os livros que eu chamo Lobo Antunes… Aqueles que mostram a sua atitude crónica, mas interessantes, acho. Até têm riqueza (para alguns). Mas são livros rebuscados, de trago duro… Mas até podem ser válidos, não questiono.
Há também os técnicos, cheios de termos e outros esquemas, diagramas, ferramentas…
E eu? Espero que me leiam…
Se fosse uma pessoa, esperava que me lessem o olhar porque acho que o teria expressivo, mas como sou um livro… gostava que percebessem as minhas entrelinhas ou, pelo menos, que as lessem sem questionar a sua existência na minha história, no meu contar…
Se fosse pessoa, seria paciente, mas como sou um livro, dou uma boa margem…
Como livro que sou, posso afirmar que há histórias melhores … mas não posso nem vou fazer nada… já estou escrito, já fui editado… Agora só posso fazer-me um livro aberto para quem me quer ler…

Um comentário:

Anônimo disse...
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